Faço crochê, sou canhota. E você?. Por Jack Lima

1994. Jack Lima, então com 09-10 anos, está em um curso aprendendo ponto cruz.

Já aprendeu o ofício, está contribuindo com o projeto (este tipo de curso ensina arte para aplicá-las em projetos sociais, sem fins lucrativos) e lutando por uma nova vaga: curso de crochê.
_ Que porcaria! A professora faz uma sequência, me dá o seu trabalho e, quando eu "viro" a peça, ela fica furiosa. E ainda me olha com aquela cara e diz: "Tadinha, é canhota..."_

Por muito tempo tentei aprender o crochê; vim conseguir aos 18 anos, quando uma vizinha, munida de grossos e velhos livros,

 escritos em japonês (ou chinês-coreano, sei-lá-o-quê) não me ensinou, mas mostrou-me a arte de crochetar. E, em menos de duas horas, meus olhos se abriram: estava alfabetizada no mundo do crochê!

Mais um tabu vencido, fiz questão de me candidatar a ensinar naqueeeeeeeele curso. As pessoas precisam enxergar que cada pessoa é única, e aprende do "seu jeito". Hoje, crocheto olhando gráficos (só consigo assim). Não sei tirar amostras por uma peça pronta. E daí? Jack Fraga é excelente no olhômetro, entende "necas" de gráficos e é destra. E o que somos? Que lição tiramos? Somos únicas!

Voltando " a vizinha", ontem ela me emprestou um monte de livros de crochê, incluindo este ao lado. Foi NELE em que eu aprendí a crochetar.

Aliás, descobrí as razões da minhas dificuldades: eu entendo melhor o trabalho nos gráficos e não sei continuar um trabalho iniciado por outrem. O fato de ser canhota não influiu muita coisa.

A tal vizinha (que se chama Maria da Anunciação) é uma "bruxa" com linhas e tecidos. Ela olha uma revista e faz igualzinho.

Deixo um vídeo com o último trabalho dela.

Espero que gostem.

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Beijitos